Hidroeletricidade em Portugal

 

    Relativamente ao consumo de energia elétrica em Portugal, referente à produção líquida, observando a contribuição das hídricas na Figura 4, é possível constatar que em 2003 e em 2010  existiram  picos  de  produção  hidroelétrica,  dados  corroborados  pelo  Índice  de Produtibilidade Hidroeléctrica (IPH), representados na Figura 5. O IPH é um indicador que  permite  quantificar  o  desvio  do valor total  de  energia  produzida por via  hídrica num determinado  período,  em  relação  à  que  se  produziria  se  ocorresse  um  regime  hidrológico médio, sendo que se determinado ano tiver um valor de IPH>1, considera-se um ano húmido, se tiver um IPH<1, é um ano seco.

Figura 4 - Evolução do consumo de energia elétrica em Portugal de 2003 a 2012 [8]

 

Por observação da Figura 5, sabe-se que os anos 2003 e 2010 tiveram índices de 1,36 e 1,31, respetivamente, isto é, foram anos húmidos, o que permitiu a produção de mais energia elétrica a partir das hídricas, situação que não seria possível numa situação de anos secos. 

Figura 5 - Indice de Produtibilidade Hidroeléctrica [8].

Apesar de o consumo ter aumentado em Portugal desde 2000 até 2010, este tem vindo a diminuir, sendo semelhante ao consumo verificado em 2006, o que poderá ser explicado pela atual crise económica em que se encontra o País. Todavia, o consumo de energia elétrica não é igual durante todas as alturas do ano, nem sequer durante todo o dia, como é evidenciado na Figura 6 e Figura 7 [9].

 
Figura 6 - Diagrama de carga de um dia de Verão. (12-08-2014)
 
 
Figura 7 - Diagrama de carga de um dia de Inverno. (16-12-2014)

 

A Figura 6 representa o consumo total num dia de Verão (Agosto de 2014) e a Figura 7 refere-se ao consumo total num dia de Inverno (Dezembro de 2014). Como é fácil observar, existe um maior consumo no Inverno já que o número de horas de Sol nesta altura do ano é inferior ao  verificado  no  Verão,  o  que  leva  a  que  haja  maiores  necessidades  de  iluminação artificial e de aquecimento.  Em  ambas  as  figuras pode  também  confirmar-se  que  o  consumo  não  é  igual  durante  as 24h,  existindo  horas  de  vazio  (associadas  aos  períodos  da  noite) e  de  ponta  (associadas  aos períodos do dia). No caso de existirem variações significativas de carga nas horas de ponta, são  os aproveitamentos  hidroelétricos  que  têm  capacidade  de  arrancar  os  grupos  de  forma quase  instantânea  e  colocar  rapidamente  a potência  necessária  na  rede  de  maneira  a satisfazer o aumento da carga.